quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Por este rio acima


Já na blogosfera escrevi sobre a necessidade de substituir a ETAR que serve a população de Castro Verde, e tendo sido devidamente esclarecido, não voltei ao assunto.
A ETAR de Castro Verde foi construída há algumas décadas, num momento em que constituiu um verdadeiro avanço em matéria ambiental.
Foi mais uma das obras em que a CDU/PCP-PEV, ao longo da sua experiência autárquica de 33 anos demonstrou a sua capacidade de melhorar a qualidade de vida dos castrenses.
Foi construída segundo as técnicas utilizadas à época, e dimensionada para uma determinada população, e para uma vila com determinada dimensão.
Os anos foram passando, o desgaste do equipamento, próprio do uso e apesar da manutenção, o crescimento da vila e da população residente, bem como o desenvolvimento de novas técnicas, levaram ao obsoletismo do equipamento, não sendo economicamente justificável a sua reparação.
A solução passa assim pela construção de uma nova ETAR.
Essa construção tem sido sucessivamente adiada, não por falta de vontade política, mas porque desde há anos que se previa que tal obra ficaria a cargo da empresa a criar para a gestão da água, que teria competências nesta área.
Depois de muitos debates, avanços e recuos, a empresa - AMA - foi finalmente constituída devendo começar a trabalhar em breve.
Tudo isto é do conhecimento da candidatura do Partido Socialista/José Guerreiro, o que torna mais grave falácia que criaram à volta da poluição derivada da ETAR de Castro Verde, colocando no site da respectiva campanha fotografias de dejectos humanos e outras matérias orgânicas que a estação deixou passar.
Ora, o que interessa neste assunto, é que a poluição apresentada, sendo repugnante, não constitui ameaça ambiental, dado tratar-se de matéria orgânica que a própria natureza tratará de transformar.
Pior é o cheiro nauseabundo com que os castrenses são bafejados cada vez que há problemas na ETAR da suinicultura, que se mantém em funcionamento graças às licenças ambientais emitidas pela Administração Central detida pelo Partido Socialista. Ainda por cima trata-se de uma exploração que não traz nem dinheiro nem emprego à população de Castro Verde. Apenas traz desconforto e poluição.
Poluição grave está é a montante, aquela que é produzida pelos químicos que se entranham nas terras e são levados pelas ribeiras ou são depositados nos lençóis freáticos.
Mas como isso não pode ser imputado à autarquia, nada se refere, nem sequer constitui problema digno de ser referido no site da candidatura do Partido Socialista/José Guerreiro.
Aconselho vivamente um passeio em sentido inverso, ou seja, ribeira acima.

1 comentário:

  1. Ora, o que interessa neste assunto, é que a poluição apresentada, sendo repugnante, não constitui ameaça ambiental, dado tratar-se de matéria orgânica que a própria natureza tratará de transformar

    não sou apoiante do PS, mas gostaria que me fosse explicado este seu comentário. A ETAR não tem como razão de existir transformar essa matéria organica. É que se não for para isso, para que é que as mesmas são construidas....era mais barato deixar a natureza cumprir o seu papel. Não concordo com o exagero do PS, percebo a estratégia da CDU ao esperar que seja a AMA a construir a nova ETAR, mas não venha por favor dizer que se trata de matéria organica que vai ser tratada pela natureza....é que está a afirmar que este tipo de infrastutura é dispensável. Não tente justificar tudo aquilo que a CDU não fez.

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