sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Planicie Mediterrânica


Tem hoje início, em Castro Verde, a edição 2009 do Festival Sete Sóis Sete Luas - Planície Mediterrânica, e que se vai prolongar até ao próximo dia 13 de Setembro.
Com um cartaz diversificado, e como uma oferta de inúmeras experiências diferentes, este evento conquistou já, por mérito próprio, o seu lugar no vasto cartaz cultural do Concelho de Castro Verde.
trata-se de uma iniciativa que visa divulgar e difundir as diversas facetas das diferentes culturas mediterrânicas, na esmagadora maioria dos casos, com raízes profundas na cultura popular de cada país.

9 comentários:

  1. Não tem nada que ver com o post mas talvez merecesse um post a forma como se apresenta a camdidatura do Sr. Dr. que, ao que julgamos saber, ainda não suspendeu o tempo de antena semanal que mantém na rádio castrense e cuja candidatura se apresenta aos castrenses como "Uma lista apartidária (...) embora integrada nas listas de um partido político". Fosse outro o candidato a apresentar-se desta forma e o que diria o Sr. Dr. e os penduras de serviço à tal candidatura "apartidária". Para terminar, a estrutura local do Partido Socialista ainda existe? O que pensa desta candidatura "apartidária"?

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  2. JNS - Este artigo de opinião publicado no Correio Alentejo antes da demissão do DOMINGOS LOPES, não será verdadeiramente pertinente e de uma oportunidade GIGANTE?


    O poder-fortaleza na concepção do PCP


    publicado em O Correio do Alentejo, 11/09/9/200

    No seu célebe livro O Estado e a Revolução, Lenine esplana toda a sua concepçao do Estado. A caminho do seu destino glorioso rumo ao comunismo, o proletariado teria de, através da revolução violenta, tomar de assalto o aparelho de Estado burguês para, a partir dele, estabelecer uma “ditadura do proletariado”, etapa transitória mas fundamental com base na qual a classe operaria (ou a vanguarda organizada – o partido – em seu nome) iria subjugar as classes privilegiadas, abrindo caminho à etapa mais avançada de socialismo, a sociedade comunista ou sociedade sem classes.
    Nessa utopia maravilhosa, concebida por Karl Marx, o ser humano poderia então dar largas à sua plena realização e criatividade, ao serviço da sociedade, podendo ser, por exemplo, um pescador de manhã, um operário de tarde e um artista ou intelectual à noite. A liberdade e a igualdade numa harmonia perfeita em que a comunidade se auto-organizava, livre de poderes, sem instituições e sem Estado. Um sonho fantástico.
    Reconheça-se – sem qualquer tipo de cinismo, e para que não me acusem de “anti-comunista” – que as teorias marxistas, mesmo a própria utopia comunista, além de serem dotadas de um grande sentido humanista e emancipatório, tiveram uma influência decisiva nas sociedades do mundo inteiro ao longo dos últimos quase duzentos anos. Mesmo hoje, o marxismo continua em larga medida actual (mas não o marxismo-leninismo) enquanto teoria crítica e referência na busca de caminhos alternativos ao actual capitalismo global. Isto, apesar de Lenine e do seu “centralismo democrático” (que anulou a democracia interna do partido bolchevique e abriu caminho a Estaline), apesar da perversão marxista que foi o regime soviétivo, e apesar da barbárie estalinista, que resultou em largos milhões de mortos e deportados.

    ( o artigo de opinião continua, no comentário seguinte )

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  3. ( CONTINUAÇÃO DO ARTIGO DE OPINIÃO )
    Quando, logo nos anos sessenta (nomeadamente após a invasão da Checoslováquia) a natureza totalitária daquele regime se tornou clara, e mais tarde (perante o conflito sino-soviético), na maioria dos partidos comunistas do mundo ocidental se desencadearam acesos debates e cisões entre correntes políticas diversas (qualquer delas reivindicando-se do marxismo mais “puro”), no caso do PCP, tais divisões também ocorreram, mas não impediram o triunfo de uma liderança das mais ortodoxas do mundo. E mesmo após o colapso da URSS e a saída de muitos renovadores descontentes, a direcção permaneceu fiel ao seu passado e a agir como que na esperança daquele regime ainda ressuscitar.
    Ora, o ponto é que, a mesma concepção de “Estado-fortaleza” desenvolvida por Lenine e a mesma retórica dogmática que alimentou o estalinismo continuam a amarrar o partido a um modelo ortodoxo e sem futuro. Vejo essa concepção desdobrada em dois planos que se complementam.
    O primeiro, é a ideia difusa de que há um “poder dominante”, um “Eles” todo-poderoso que paira sobre nós todos, um “inimigo” que é preciso diabolizar (o sistema, a exploração, os patrões, o Governo, o PS, os grandes monopólios, o capitalismo, etc.). Essa crença substitui a discussão ideológica e atrofia a consciência crítica dos militantes. É a regidez dogmática, a visão maniqueísta do Bem contra o Mal. Na falta de debate de ideias, prolonga-se esta retórica cansativa e gasta, que funciona como o cimento para preservar a “unidade” e a eterna fidelidade ao partido, um principio moral de cariz religioso, de quem se julga detentor absoluto da verdade (e da salvação) contra os outros, traidores ou vendidos (os condenados pela história...), isto é, todos os que discordam e recusam essa postura.
    O segundo plano, exprime a absoluta incoerência entre este discurso e a prática do PC nos lugares onde ainda domina. Poderia falar dos meios sindicais, por exemplo. Mas não vem ao caso. Refiro-me aos municípios, e em particular aos do Alentejo. Apesar disso importa reconhecer que: a) em muitas autarquias de gestão comunista a obra feita é inquestionável; b) as autarquias de maioria PCP não são naturalmente todas iguais. Se o PC fosse um partido internamente democrático muitas das vozes hoje silenciadas assumiriam a sua vontade de renovação e abertura às outras sensibilidades de esquerda.
    A gestão dos recursos municipais nas autarquias comunistas funciona, na maior parte dos casos, na base de uma atitude controleirista e de um cálculo interesseiro que, a meu ver, pretende apenas manter o seu poder (a sua fortaleza), reproduzindo a dependência das comunidades (porque isso, por um lado dá empregos, por outro, rende votos) e impedindo-as de se emanciparem. Neste caso, os poderes e interesses instalados actuam em circuito fechado, em que a “fortaleza” é virada para dentro, como a “muralha de aço” de outros tempos. Procura-se com isso, no fundo, eternizar o status quo, mesmo quando se percebe que as comunidades locais carecem de um salto em frente que as projecte para fora, que as modernize e as torne atractivas. Tal como o país no seu conjunto, as nossas vilas e cidades, designadamente as do Alentejo, precisam de mais cidadania, de mais iniciativa e de mais democracia participativa (exercida em liberdade e em pluralismo, e não sob a tutela de ninguém) sem as quais o progresso, o desenvolvimento e a justiça social não têm sentido

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  4. Caro anónimo

    Todos os comentários são pertinentes em qualquer momento e em qualquer post.

    Quanto às questões, fica a linha aberta para quem, desde que o possa fazer, se pronuncie sobre essas questões.

    Em minha opinião, e aí a culpa não é do cabeça-de-lista do PS, aquilo que foi feito aos elementos que, concorda-se-se ou não, sempre deram a cara pelo PS em Castro Verde, é vergonhoso e em nada dignifica um partido que se diz democrático.

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  5. Manuel António

    Para começar, e apenas para esclarecer a minha posição, e integrando CONSCIENTEMENTE o PCP,não perfilho as teorias leninistas para a tomada do poder, nem a forma de exercício do poder preconizado, e muito menos a fusão do Estado no Partido.

    No entanto, e até este momento, nunca ninguém me fez qualquer reparo por pensar assim.

    Esclarecido este aspecto, devo assumir a minha concordância com a globalidade do texto, muito embora peque num aspecto: todas aquelas condutas apontadas em exclusivo aos autarcas do PCP e da CDU devem ser apontadas à generalidade das autarquias em Portugal, mesmo aquelas que se escondem por detrás de uma independência duvidosa.

    De facto, hoje em dia, nas sociedades burguesas ocidentais, como creio em todos os sistemas políticos, inclusive os eclisiásticos, a política deixou de ser a meritosa actividade de tratar dos assuntos referentes à POLIS, ou seja àcoisa da comunidade, à coisa pública, para se tornar numa via para a obtenção do poder, em nome de um partido ou, muito mais raramente, de uma ideologia.

    Portanto, em conclusão, todos os autarcas como políticos, tendem a tratar da "coisa pública" estribados pelo interesse subjacente do partido que o suporta e, quanto tal acontece, da ideologia que perfilham.

    Os autarcas da CDU, e o Manuel António já o foi, são pessoas como os das restantes forças políticas, e não creio que seja apanágio dos autarcas da CDU os comportamentos a que se refere o texto.

    Mas, muito melhor que eu, Manuel António, poderá testemunhar na primeira pessoa se aquilo que se descreve no dito artigo, se passou na sua AUTARQUIA, porque autarquias não são apenas as Câmara Municipais.

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  6. Qualquer entradense honesto, quer fosse meu apoiante ou não, melhor do que eu, poderá apresentar o saldo dos meus dezasseis de trabalho, praticamente a troco de nada. A pequena compensação que eu recebia durante quase todos os dezasseis anos foi repartida com o PCP, apesar de eu não ser militante. A Alice Guerreiro, a actual presidente da Junta de Casével podem testemunhar.
    è bastante diferente uma autarquia onde as pessoas exercem profissão de todas as outras como a minha onde as pessaoas recebem uma mísera compensação em troca, independentemente do seu desempenho.
    Por incrível que pareça foi Durão Barroso que terminou com a obrigação legal da mísera compensação pagar IRS. Mais precisamente a partir de Julho de 2004.
    Afinal foi um social democrata que percebeu a injustiça que era pagar IRS.
    Eu pagava IRS,e contribuia significativamente para o PCP/CDU, veja bem o que me sobrava em comparação com o meu concreto desempenho.
    Falem com qualquer entradense, não digo mais nada.
    O resto já voces sabem.Lamentávelmente tive que decidir sair para me antecipar a uma expulsão exigida pelo tal dinossauro que eu não deixava estar descansado!

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  7. Mas o que é que tem o cú a ver com as calças?Comparar a governação de uma junta de freguesia rural com as características que o JNS tão bem conhece, com a governação de uma qualquer Cãmara Municipal, mesmo com a pequena dimensão da de castro Verde, é mesmo mauzinho. Mas já que para si a comparação pode ser feita, agradeço-lhe que compare a governação do "detestado",á frente da JF de Entradas, com a actual governação.Que recursos? Que projectos? Que situação financeira? Que situação face aos fornecedores?Qual a forma de responder às diferentes situações da vida quotidiana das pessoas?

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  8. Aproveito esta frase que agora mesmo tirei do comentário anterior..." Portanto, em conclusão, todos os autarcas como políticos, tendem a tratar da "coisa pública" estribados pelo interesse subjacente do partido que o suporta e, quanto tal acontece, da ideologia que perfilham"... eu faria alterações e a frase ficaria mais verdadeira assim " Portanto, em conclusão, todos os autarcas como políticos, tendem a tratar da "coisa pública" estribados pelo interesse subjacente da ideologia que perfilham, mandando às urtigas os ideias do partido que os suporta"

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  9. Este blog merecia uma melhor organização visual, que proporcionasse uma melhor leitura.

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