sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

MALHAÇÃO

Ontem, no Largo do Rato

Edmundo Pedro: há quem não se pronuncie no PS porque tem medo
05.02.2009 - 09h11 PÚBLICO


O histórico do PS Edmundo Pedro afirmou ontem numa reunião socialista na sede do partido, no Largo do Rato, em Lisboa, que dentro do PS há quem não se pronuncie sobre a vida interna do partido porque tem medo."Verifiquei um total desinteresse, generalizado, notei outro fenómeno de pessoas que estão no aparelho de Estado que me diziam 'não posso pronunciar-me, porque tenho medo'; não é admissível no partido”, disse o militante histórico na reunião que serviu para debater a moção de José Sócrates ao congresso socialista, no círculo lisboeta.


Edmundo Pedro tentou puxar a discussão para o debate interno da situação no partido.

"Sou provavelmente a única pessoa interessada em discutir numa sessão de debate entre moções, aberta, as questões de governança interna e de pequena ou micro escala de um partido político", disse. Mas, segundo a TSF, a tentativa do histórico esbarrou na mediação feita por Augusto Santos Silva, que preferiu canalizar a discussão para a crítica externa.


"Eu cá gosto é de malhar na direita e gosto de malhar com especial prazer nesses sujeitos e sujeitas que se situam de facto à direita do PS. São das forças mais conservadoras e reaccionárias que eu conheço e que gostam de se dizer de esquerda plebeia ou chique", afirmou.





Santos Silva «comovido» com rapidez de Alegre a corrigir camaradas
Hoje às 08:51

Em resposta às declarações de Manuel Alegre, sobre as palavras do ministro dos Assuntos Parlamentares acerca dos partidos à esquerda do PS, esta sexta-feira, Augusto Santos Silva afirmou que o deputado socialista está mais preocupado com os outros do que com os membros do próprio partido.

Ministro Augusto Santos Silva responde a Manuel Alegre considerando que se preocupa mais com os outros do que com os seus camaradas

O deputado socialista Manuel Alegre não gostou das palavras usadas pelo ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, ao qualificar de conservadores e reaccionários os partidos que estão à esquerda do PS.
Manuel Alegre acusou ainda o ministro socialista de ter entrado em ruptura com o espírito do PS.
Em resposta, Augusto Santos Silva afirmou que o deputado socialista parece mais preocupado com os outros, do que com os membros do seu próprio partido.
«Fico sempre muito comovido com a celeridade com que o deputado Manuel Alegre corrige qualquer deslize de camaradas seus, o que contrasta às vezes com o vagar com que se pronuncia quando por exemplo os seus camaradas são insultados», justificou o ministro.
A menos de um mês do Congresso do Partido Socialista está instalada a polémica entre Augusto Santos Silva e Manuel Alegre.





Santos Silva "não tem estatuto" para afastar Manuel Alegre do PS
12h34m


Manuel Alegre criticou a forma como Santos Silva se referiu à oposição e às questões internas do PS, considerando que este "não tem estatuto político" para o afastar do PS. O ministro socialista reconheceu que é "um pigmeu" quando comparado ao histórico socialista.
"O dr. Santos Silva não tem estatuto no Partido Socialista para me poder fazer afastar ou aproximar do PS. Tal como o Edmundo Pedro, eu sou uma referência para o PS, para o seu eleitorado, muito grande, como se viu nas eleições presidenciais", afirmou Manuel Alegre, questionado pela Agência Lusa.
Confrontado com estas declarações do ex-candidato presidencial, Santos Silva disse "concordar em absoluto".
"Comparado com o Manuel Alegre, com a sua história, com o seu futuro, sinto-me um pigmeu à beira de um gigante", afirmou, em declarações à saída da Assembleia da República. "O estatuto político de Manuel Alegre é imcomparável e a sua casa política é o PS. O partido e a Democracia devem-lhe muito", disse o ministro.
Em relação às críticas de Alegre, Santos Silva não teme que signifiquem um afastamento do partido, antes "pelo contrário".
"Prezo suficientemente a democracia para saber o que é um debate vivo e leal. Não abdico do meu direito de exercer o debate e a crítica política, da mesma forma que reconheço ao Manuel Alegre o direito de criticar tudo o que acha criticável, no partido e no mundo", disse. "Esse debate só enriquece o PS", acrescentou Santos Silva.
Na quarta-feira à noite, numa sessão de apresentação da moção de José Sócrates ao Congresso do PS, o dirigente socialista (e ministro dos Assuntos Parlamentares) Augusto Santos Silva disse gostar de "malhar na direita", deixando também críticas aos partidos à esquerda do PS.
"Eu cá gosto é de malhar na direita, e gosto de malhar com especial prazer nesses sujeitos e sujeitas que se situam, de facto, à direita do PS. São das forças mais conservadoras e reaccionárias que eu conheci na minha vida, e que gostam de se dizer de esquerda plebeia ou chique. Refiro-me, obviamente, ao PCP e ao Bloco de Esquerda", afirmou Santos Silva, que se referiu às questões internas do partido como "minudências".
Na mesma sessão, o histórico militante socialista Edmundo Pedro disse haver no PS quem não se pronuncie por medo, palavras que mereceram o elogio de Manuel Alegre.
"Em primeiro lugar queria dizer que a atitude do meu camarada Edmundo Pedro, com os seus 90 anos, é um exemplo para aqueles que se calam por oportunismo, por conveniência, por medo. É uma grande lição", elogiou Alegre, sublinhando que a discussão da situação interna do partido "não são minudências".
Por outro lado, o dirigente socialista lamentou o tom usado por Santos Silva numa reunião partidária aberta.
"Não tem a ver com a nossa cultura, nós combatemos politicamente, em democracia não há inimigos, há adversários, não é normal numa reunião política daquela responsabilidade vir falar numa linguagem daquelas, é uma questão de educação mas é também de formação política", considerou.
Também à Lusa, Santos Silva salientou que, na reunião de quarta-feira, saudou as três moções socialistas e atacou "politicamente a direita, o PCP e o BE", como "uma linguagem própria de quem está numa reunião partidária".
"Disse que numa sessão aberta, como era aquela, não iria tratar de questões de governança interna do partido", afirmou o também ministro dos Assuntos Parlamentares.




Henrique Neto diz que há medo no PS e critica "ministro da propaganda" Santos Silva
16h54m


O socialista Henrique Neto considerou esta sexta-feira existir "de facto medo" no PS, fazendo duras críticas "à obsessão da fidelidade ao líder" de Augusto Santos Silva, a quem chama "ministro da propaganda".
"Há de facto medo no PS e na sociedade portuguesa, pelos mais variados motivos", diz o empresário Henrique Neto, numa carta aberta ao ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, e ao deputado socialista Manuel Alegre, enviada à Lusa.
"Têm medo os empresários de que não sejam permitidos os apoios, os funcionários públicos relativamente aos chefes de nomeação política ou os professores da avaliação", concretiza Henrique Neto.
A carta aberta de Henrique Neto surge na sequência da intervenção do dirigente do PS e ministro dos Assuntos Parlamentares quarta-feira à noite, numa sessão de apresentação da moção de José Sócrates ao Congresso do partido onde disse gostar de "malhar na direita", deixando também críticas aos partidos à esquerda do PS.
"Eu cá gosto é de malhar na direita, e gosto de malhar com especial prazer nesses sujeitos e sujeitas que se situam, de facto, à direita do PS. São das forças mais conservadoras e reaccionárias que eu conheci na minha vida, e que gostam de se dizer de esquerda plebeia ou chique. Refiro-me, obviamente, ao PCP e ao Bloco de Esquerda", afirmou Santos Silva, que se referiu às questões internas do partido como "minudências".
Na mesma sessão, o histórico militante socialista Edmundo Pedro disse haver no PS quem não se pronuncie por medo, palavras que mereceram o elogio de Manuel Alegre, ao mesmo tempo que criticou o tom utilizado por Augusto Santos Silva.
Hoje, na carta aberta, Henrique Neto declara o seu "apoio e concordância" a Manuel Alegre, considerando que "as sucessivas intervenções do ministro da propaganda do PS, caracterizam-se pelo dogmatismo, pela política da verdade única e pela incapacidade de compreender que um partido politico moderno é mais de que a arregimentação de militantes passivos, que por seguidismo, necessidade, ou medo, deixaram de ter ideias e vontade próprias".
"No momento em que se prepara mais um congresso do Partido Socialista, a missão de Augusto Santos Silva é matar à nascença qualquer veleidade de debate livre e de novas ideias para o PS e para Portugal", critica, considerando que o ministro dos Assuntos Parlamentares se distingue "na obsessão da fidelidade ao líder".
"Augusto Santos Silva está apenas interessado em" malhar neles", começando logo por malhar nos militantes do PS", acrescenta ainda Henrique Neto, lamentando que o PS da liberdade e do debate político já não exista.
Menos duro que Henrique Neto, o deputado socialista Paulo Pedroso rejeitou a existência de medo no PS, apesar de reconhecer que "existe menos debate do que devia".
"Medo não há, há menos debate do que devia. Seria bom mais debate sempre", disse, em declarações à Lusa.
Contudo, acrescentou, num ano de eleições como é 2009, "o PS deve concentrar-se em debater as propostas para o país e não em disputas internas".
Questionado sobre as declarações do ministro dos Assuntos Parlamentares, Paulo Pedroso disse que o próprio Augusto Santos Silva "reconhecerá que 'malhar' não é o verbo mais elegante", apesar de ter sido utilizado em "sentido figurado".




COMENTÁRIO


Apenas duas ou três palavrinhas:


Quem tem telhados de vidro...


Com ministros destes, nada nos consegue livrar de um triste destino enquanto país.


É um Ministro do Partido Socialista, claro.


Porreiro, pá!


8 comentários:

  1. AUGUSTO SANTOS SLVA MINISTRO DOS ASSUNTOS PARLAMENTARES DO GOVERNO "SOCIALITA"

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  2. Este senhor, ex-trostkista, ex-apoiante de de Manuel Alegre será um dia também ex-ministro e ex-apoiante do Srº Sócrates porque ele é um Ex-tudo. o que interessa é agradar ao chefe de fila. infelizmente O PLANO POLITICO EM PORTUGAL É FEITO DESTA MASSA DE SERVIÇAIS EM TODOS OS PARTIDOS.Do CDS ao BE quem agrada ao chefe, tem lugar garanrido quem desagrada é afastado ou são inventadas formas estranhas para o afastar. é assim em TODOS. Mas esta figura que aqui surge tem outra particularidade. se houver um termo de compração com um ministro da propaganda Nazi ele ganha.

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  3. Se os protagonistas detas cenas fossem do PCP já estavam no olho da rua.

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  4. Sagher

    Como diria Lopes Guerreiro, são pessoas dotadas de uma profunda "verticalidade do marreco" (com todo o respito pelos ditos)

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  5. Anónimo das 14:00

    Poderá até ter razão.

    Mas, o facto é que o único partido a quem é apontada a falta de democracia interna é ao PCP, e, na maioria das vezes, o ataque tem origem no Partido Socialista, o mesmo que um dos seus fundadores vem agora acusar de falta de liberdade dentro do partido.

    Não brinquemos. Assumindo aquilo que afirmo, estamos a falar de um problema transversal a todos os partidos e ao aparelho de estado.

    O que é caricato neste post, e sua finalidade, é divulgar o tipo de democracia que o PS faz quando tenta puritanamente obrigar os outros a praticar regras que ele próprio não aplica.

    Quanto às palavras do ministro, se ele fosse do PCP, ou de outro qualquer, só merecia isso mesmo: ser expulso.

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  6. O senhor Augusto Santos Silva, ministro dos assuntos parlamentares do governo "socialista" deve ter mais tento na lingua e não utilizar termos "trauliteiros" como é useiro e vezeiro o senhor alberto joão jardim, presidente da região autónoma da ilha da madeira. Disse. AC.

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  7. Em suma, a escola do PCP impera neste governo e no PS.
    Estão lá muitos oriundos do stalinismo primário, outros do trotskismo permanente, que não perderam, ainda, o brilho...

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  8. Anónimo da 13:39

    Agora é que chegámos ao cerne da questão.

    É que muitos daqueles que são apontados como paladinos da liberdade porque abandonaram o PCP, ou foram expulsos, enquanto lhes conveio praticaram e foram coniventes com as práticas que agora criticam.

    Exemplos: Zita Seabra, Mário Lino, Edgar Correia ou Carlos Luis Figueira, entre muitos outros, membros do Comité Central e da Comissão Política.

    Portanto, quem tanto os apoiou e acarinhou, agora que os suporte.

    E eles até se estão a dar bem.

    Só por uma questão de esclarecimento: Santos Silva nunca foi do PCP.

    PS: A malta do PCP agradece que o Partido Socialista tenha acolhido no seu seio essa gente. Assim só se estraga uma casa.

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