quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Outra vez o canhão de água ...

Eis o "Bicho"! Dá logo para perceber a multiplicidade de utilizações possíveis ...


Já me referi aqui, acerca do lote de equipamento de repressão que o Governo adquiriu em nome da segurança dos cidadãos, para defender os senhores da guerra que se reuniram em Lisboa na passada semana, aos famigerados canhões de água que a PSP utilizava para combater a constestação popular à ditadura, e que só voltaram a sair à rua para desmobilizar a manifestação dos agentes da PSP, a famosa manifestação de secos e molhados.

Curiosamente, o ministro que mandou avançar os ditos canhões de água, para essa acção de defesa da segurança dos cidadãos e da cidadania, foi esse paladino da legalidade, moral e honestidade que dá pelo nome de Manuel Joaquim Dias Loureiro.

Mas, hoje o assunto é outro. O canhão de água.

Trata-se de um equipamento que pode custar cerca de duas centenas de milhar de euros e apenas tem uma utilidade: dispersar manifestações. Não serve absolutamente para mais nada! Se não houver nenhum conflito social, o mais certo é a nova aquisição ir para a sucata sem ser utilizado uma única vez, se atentarmos à taxa de utilização dos últimos 36 anos: 1 vez.

É que aquilo é um "bicho" tão pesado que nem para apagar fogos serve: só anda em alcatrão!

Ontem na durante a Greve Geral a polícia fez uma descarga de bastonadas, não de água, sobre os trabalhadores que estavam no piquete de greve nas estação dos CTT de Cabo Ruivo. O motivo foi apenas, curiosamente, o facto de os trabalhadores quererem fazer cumprir a lei, ironia, que proíbe a contratação de meios externos para garantir a actividade das empresas durante a greve: estavam a impedir que houvesse recurso a terceiros para realizar o trabalho dos trabalhadores em greve.

Aí temos, então, o melhor argumento que o governo pode aproveitar para deitar a aquisição dos equipamento repressivo abaixo: já que não é suficiente o argumento de o primeiro blindado a chegar para defesa da cimeira ser entregue dois dias depois do encontro terminar, que tal invocar a falta de entrega do canhão de água a tempo de o mesmo ser testado contra os trabalhadores dos CTT, evitando desta forma que o "bicho" vá para a sucata completamente virgem.

E ainda nos dizem que estamos em crise! Como diria um amigo: pelo amor da santa!

Digo eu ... sei lá ... 

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