domingo, 3 de maio de 2009

Desculpa II


"Código do Trabalho (3)

Que pretexto é que a CGTP invocará desta vez para rejeitar qualquer compromisso na revisão do Código do Trabalho, apesar das indesmentíveis vantagens que ela traz para os trabalhadores, sobretudo os mais desprotegidos?Aditamento
Afinal não é necessário pretexto nenhum. O PCP já estabeleceu a "linha justa" --, a da rejeição liminar, obviamente!"

O texto que acima se transcreve, foi retirado do blogue Causa Nossa da autoria de Vital Moreira.

O dia 1 de Maio é celebrado pela UGT e pela CGTP de formas distintas. A UGT numa toada mais festiva, a CGTP numa linha de luta.

Este ano, face à crise e às últimas alterações que este governo introduziu no Código de Trabalho, e prontamente apoiadas por Vital Moreira, o mote estava dado, e os muitos milhares de trabalhadores que se deslocaram à Alameda lutaram contra o Código e as alterações introduzidas, altamente lesivas dos seus direitos.

É normal nestas ocasiões os partidos enviarem delegações, para apresentação de cumprimentos às centrais sindicais.

Parece que o Partido Socialista, à falta de dirigentes e militantes decidiu enviar como chefe dessa delegação o dito Vital Moreira.

Ora bem, em meu entender, isto é chegar um fósforo aceso junto de uma lata de gasolina: explodiu.

Note-se que, em meu entender, são de lamentar quaisquer incidentes do tipo dos que ocorreram, mas também considero que se tratou de uma provocação inqualificável, que foi alvo de um aproveitamento político desavergonhado.

Enviar quem tem feito os comentários que tem proferido, acerca dos direitos dos trabalhadores em geral, e dos professores em particular, os comentários mais rascas com que os tem brindado, é, acima de tudo, brincar com coisas muito sérias, designadamente com a honra dos trabalhadores que se foram manifestar no 1.º de Maio.

Foi uma manobra que desclassifica, ainda mais e se tal for possível, o próprio candidato do PS, que não se livrará da imagem criada de que foi necessário passar pelo que passou para ser conhecido nessa qualidade.

E, creio, que foi uma manobra de campanha eleitoral que levou Vital Moreira àquele local, o que se pode entender como uma iniciativa deselegante para com os que se encontravam na manifestação, expressamente contrários ao Governo e ao PS e suas políticas, e para com a organização.

O aproveitamento que se seguiu foi o que se viu.

O porta-voz do Partido Socialista, novamente o inefável Vitalino Canas, digníssimo provedor dos trabalhadores temporários, um cargo criado pelos empresários ligados ao sector, veio, de imediato exigir um pedido de desculpas formal do ... PCP, alegadamente porque teriam sido militantes daquele partido que teriam mimado o candidato socialista com os epítetos que se conhecem.

E maia disse, à noite, num debate com Bernardino Soares, que só poderiam ser comunistas porque as atitudes eram demonstrativas de um espírito que apenas poderiam conduzir ao PCP.

Portanto numa iniciativa da CGTP, um candidato que ali se desloca em missão de provocação é vaiado e empurrado, porque não se viram agressões, e quem tem que pedir desculpas é o ... PCP.

Claro que em matéria de desculpas, o PS é de uma coerência a toda a prova, veja-se o caso das crianças usadas nos tempos de antena do PS, em que se entende, lia-se entendem, que o governo não tem nada a ver com aquilo, e portanto PS pede desculpas, e ficamos-nos por aqui.

Em matéria de espírito, relembro os acontecimentos que levaram à morte do candidato do PS às eleições europeias de 2005, Sousa Franco, no seguimento de confrontos lamentáveis, de uma barbaridade inaudita em acções de campanha.

Esperemos que não tenham sido perigosos comunistas, e o PCP ainda esteja em falta com essas desculpas.

Não. Não foram comunistas. Foram indivíduos cujo espírito conduziram directamente a uma organização de tipo mafioso, e que por acaso, eram membros do Partido Socialista ou seus apoiantes.

Ora se fossem dar banho ao cão...

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