quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

E porque razão não será mesmo assim?

Sou uma pessoa com alguma curiosidade. Ponto.

E quando não compreendo ou percebo alguma coisa, questiono.

Acho que faz parte do ser curioso.

Quando obtenho resposta às minhas perguntas, o que nem sempre acontece, analiso-as, e faço um juízo que pesa sobre dois aspectos: é uma opção ou é uma factualidade concreta e indiscutível?

Se é uma opção, para além de questionar, analiso quais as outras hipóteses que se perfilaram no mesmo plano, e emito a minha opinião no sentido de concordar ou discordar da opção feita.

Quando estou perante um facto, posso discordar as vezes que quiser dele que não altera a sua natureza: é um facto; e nada do que disser altera essa realidade.

Sendo curioso, e levantando questões, tenho que, à partida, no momento em que o faço, aceitar como boas as justificações e explicações que me venham a ser prestadas.

Vem isto a propósito do Cineteatro de Castro Verde e do Parque de Campismo de Castro Verde.

Assumindo que ninguém contesta a importância relevante que estes equipamentos representam para o concelho, um em termos culturais, outro em termos económicos e turisticos.

O cinema foi construído há cerca de duas décadas, segundo um projecto que obedecia às regras de construção da altura, com as soluções técnicas disponíveis, com os matérias normalmente utilizados e com os equipamentos à altura existentes no mercado. Ah! Já me esquecia: foi, por razões de economia, equipado com cadeiras oriundas de um cinema que entretanto encerrou, portanto, usadas. Por favor, se estou enganado quanto a este aspecto, corrijam-me.

Foi uma obra de um volume considerável, que serve o concelho e a sua população desde a sua construção, quando ainda há concelhos que lutam por ter um equipamento semelhante.

Portanto tem tido uma utilização razoável, em termos de frequência, pelo que o desgaste dela derivado é plenamente justificado.

As pessoas queixam-se, com razão, do mau estado das cadeiras e do deficiente funcionamento do ar condicionado. Quanto às cadeiras, desde há uns poucos anos está prevista a sua substituição. Só que, pelo menos parece, é do desconhecimento geral, que a substituição das cadeiras do cinema é empreitada para custar entre 150 a 200 mil euros. Os tais 200 mil que Manuel António Domingos referiu algures. Quanto ao ar condicionado, o de origem, a sua substituição para além de ser extremamente dispendiosa, não resolveria a questão, dado que o problema não é tanto do equipamento mas sim da sua colocação no contexto do edifício (por baixo da zona do palco).

A estes dois problemas, surgiram, entretanto, questões relacionadas com a climatização do edifício, com a segurança, designadamente derivada da utilização de materiais menos adequados, etc, etc., e, porque não, as novas soluções entretanto surgidas que tornaram as existente mais ou menos obsoletas.

Por aquilo que sei, a obra que ser levada a efeito, vai corrigir todos os problemas que referi, e mais alguns, vai modernizar o equipamento, tornando-o quase novo, até ficar irreconhecível.

Apareceu por aí, na blogosfera, uma senhora numa lamento indignado por, exteriormente, se tratar de uma obra de propaganda contínua à CDU, devido aos hexágonos das fachadas. Fique descansada (e eu também porque, esteticamente, detesto aquela decoração), que aquilo vai desaparecer. Mas, já agora, gostava de a esclarecer que os hexágonos deixaram de ser o símbolo da CDU no princípio dos anos 90, muito antes de o cinema ser construído, pelo que não estou a ver a utilidade de se fazer propaganda com um símbolo que já não é usado.

Relativamente ao parque de campismo, por diversas vezes levantei a questão da sua não abertura, e deixei de fazê-lo porque me disseram que existiria um problema de carácter técnico que dificultava a ligação eléctrica à rede. Esta é uma explicação plausível e aceitável, não se compreendendo que se duvide da sua veracidade, havendo que alvitrasse o recurso, presume-se que em permanência, ao gerador de emergência, que serve para ser usado nessas situações.

Goste-se, ou não, as coisas são claras: as obras precisam de ser feitas, e são feitas quando é possível fazê-las. Há imponderáveis que dificultam a concretização, sem que se possa, de boa fé, atribuir culpas a quem quer que seja. Quem não aceita que assim seja...
Vem isto a propósito da curiosidade e do perguntar. É que, se não têm a predisposição para aceitar resposta e justificações plausíveis, não vale a pena perguntar nada a ninguém, e ganham mais em deitar essa raiva toda para forma de uma forma mais afirmativa.

3 comentários:

  1. Por enquanto continuo sem mais informação relevante, para além da seguinte que escrevi no Blog Rotunda das Ovelhas:
    Manuel António Domingos disse...
    Aqui no POST sob o título: CINE TEATRO EM OBRAS com data de 29/01/2009, fiz o seguinte comentário, com base no conhecimento que tinha da previsão do custo das obras previstas e aprovadas nas Grandes Opções do Plano para 2009; ( Ou seja 100 mil euros definidos e 100 mil euros a definir)
    Manuel Antonio Domingos disse...
    Creio que tenho autoridade para falar sobre o tema de gastos na autarquia, prioridades etc, etc.
    Este assunto da remodelação do Cine Teatro não é novo. Na realidade é necessário que se façam as remodelações previstas, e que neste caso concreto, não se fale em eleitoralismos. Quem frequenta o Cine Teatro, sabe que muitas vezes acaba por não se sentir bem com cadeiras partidas,ar condicionado funcionando deficientemente, o pessoal do som impedindo a passagem, o que obriga a reservar uma fila de cadeiras, onde por vezes as pessoas se sentam não respeitando a informação, e depois criam aborrecimentos, a uns, porque os mandaramm levantar, a outros, porque acham que os funcionários não mandam levantar as pessoas que dificultam a passagem etc, etc, etc.
    Apesar de todos os defeitos que se possam apontar, estas instalações têm sido das mais rentabilizadas, são muito úteis ao concelho e não só, pelo que o seu melhoramento deve merecer a nossa aprovação sem reservas.
    31 de Janeiro de 2009 11:05
    Hoje analisei a alteração Orçamental nº 1 de 2009 e constatei que a dotação para as referidas obras, passou de 100 mil euros, para 720 mil euros definidos. Como é obvio esta situação merece uma reflexão muito séria sobre esta alteração tão volumosa. Após melhor informação voltarei a opinar sobre este assunto.

    17 de Fevereiro de 2009 19:59

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  2. Caro bloguer,
    Parece-me a mim, que quanto aos exágonos do cinema, a questão foi ao contrário do que diz. Quando o cineteatro foi desenhado e construído o símbolo da APU eram os 3 circulos (tipo metade da bandeira olimpica). Só alguns anos mais tarde, embora poucos, é que se constituiu a CDU, com o favo de mel como símbolo.
    Não tenho a certeza, mas para um investigador com vagar como o sr. talvez seja posível averiguar a verdade dos factos.
    Mas continuo a julgar que se tratou de uma infeliz coincidência.
    Ou então não, e foi o designer que idealizou o simbolo da CDU, ao considerar essa infraetrutura como uma obra de referência da gestão da CDU nas autarquias portuguesas, resolveu imitar o seu favo de mel e atribui-lo como simbolo á Coligação.
    Talvez tivesse, neste caso, nascido antes o ovo que a galinha.
    Embora eu seja um simpatizante da obra da CDU em Castro Verde, quero aqui deixar a minha opinião de que tb não gosto do aspecto exterior do Cine-teatro e que estou ansioso por ver o novo deseho de arquitectura.
    Espero que seja do agrado dos castrenses e que não haja no futuro qualquer grupo ou partido político a inspirar-se na sua arquitectura, pra não haver desconfianças futuras.

    Manuel Joaquim

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  3. Caro Manuel Joaquim

    Pois parece que nem um nem outro tem razão.

    Quando o cinema foi construído, o símbolo da CDU era dos hexágonos, que veio substituir, em 1987 as argolas, quando da extinção do MDP-CDE.

    Quanto ao vagar, cada qual faz com o tempo disponível o que entende...

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