quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Ai a Crise, a Crise

O nosso país está numa encruzilhada fenomenal.

Sem dimensão internacional, está à mercê da volutibilidade da conjuntura externa, dominada que está pelos detentores do capital, por um lado, e dos seus braços políticos, os governos dos grandes potentados económicos, a que se juntam agora a China, a Rússia e o Brasil.

De facto, é impossível uma economia diminuta passar incólume por esta situação económica gravíssima com consequências sociais de ainda difícil projecção.

Não resta aos países com peso económico semelhante senão minimizar os efeitos económicos e sociais daqueles que sempre mais sofrem nestas alturas.

E é aqui que o problema se agrava para o lado dos portugueses.

Com um governo que se limita a operações cosméticas, sem uma estratégia económica decente, que decidiu cuspir para o lado e assobiar para cima quando toda a oposição lançou os alertas que lançou aquando da discussão do Orçamento de Estado, negando a pés juntos a evidência dos factos que demonstravam que o mundo estava a mergulhar numa profunda crise, que se satisfez com os resultados mais negativos dos seus parceiros da União Europeia, com os sucessivo fracasso das suas medidas para injectar capital no tecido empresarial, deixando que os bancos se locupletassem com os rios de dinheiro público que colocou à sua disposição, com a vergonha de aprovar um orçamento rectificativo antes do O.E. entrar em vigor, este país entrou em desnorte e em desespero.

Cabe às autarquias, perante um cenário surrealista de crise, em que o Primeiro Ministro se entusiasma, qual Nero perante uma Roma em chamas, a comparecer a inaugurações pornograficamente dispendiosas, para lançamento de obras já gastas de esperar e de inaugurações já anteriormente repetidas, implementar no terreno as medidas básicas tendentes a minorar os efeitos da crise na vida dos comuns cidadãos.

E, felizmente, as autarquias, independentemente da sua cor política, mas com a lucidez que se exige aos eleitos e, portanto, também ao primeiro-ministro, têm sabido cumprir o seu importantíssimo papel.

Em Castro Verde também, e aí está um pacote de medidas aprovado em reunião do executivo municipal. E a par, as criticas de quem durante 35 anos não fez ouvir a sua voz. De quem durante 35 anos soube aproveitar aquilo que agora renega, que diz que está mal, mas para o que nunca apresentou solução. Nem mesmo agora, em que se limitam que tudo o que foi feito foi bem feito, mas que se consegue fazer melhor, e mais, criticam o que se faz, porque se faz, e criticam se não se faz, porque não se fez.

Quem originou a crise não foi, de facto, o governo de José Sócrates. Mas podemos afirmar, sem qualquer rebuço, que este governo foi responsável pelo atraso das parcas medidas que lançou, de não precaver a utilização errada de fundos públicos pela banca privada, e pelos vistos também da pública, de continuar a apregoar sucessos que mais ninguém vê senão os seus ministros e seus sequazes, designadamente os do Partido Socialista em Castro Verde.

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