quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

POR UM NOVO HOSPITAL PEDIÁTRICO EM LISBOA





Sagher teve a amabilidade de me fazer chegar um mail, que, pela sua relevância, transcrevo na íntegra:


"Olá,

Está previsto que até 2012 juntem 4 hospitais centrais de Lisboa e o Hospital D. Estefânia, num novo hospital, o de Todos os Santos em Chelas.

Hoje em dia o Hospital D. Estefânia tem 400 camas para crianças, a nova ala do novo hospital vai ter 80 camas.

Alguns serviços vão ser partilhados entre todos os serviços do novo hospital. Por exemplo, tirar uma radiografia ou sangue para analises vai ser feito num sítio único quer tenhas 8 meses ou 80 anos. É que nem sequer se tira o sangue a um bebé no mesmo sitio que num adulto, nem com o mesmo material, nem com a mesma técnica, para não falar no factor "jeito para crianças".

O que mais me custa é que que me foi dito por uma Dra. indignada do D. Estefânia que as crianças são pacientes pouco rentáveis. A maioria das pessoas sabe que a duração de uma consulta com uma criança ou um bebé é pouco previsível e que costumam surgir novas dúvidas no momento da consulta. Um médico pediatra faz menos consultas que um médico especialista, ele sabe disso e o hospital pediátrico sabe disso. Receio que uma ala pediátrica num hospital seja mais facilmente considerada como "apenas" uma rubrica num orçamento global.

Por isso assinei esta petição "por um novo hospital pediátrico em Lisboa" http://www.petitiononline.com/18772008/ que para já só tem 1.278 assinaturas.


A"


Comentário


Em 1976/77, um Ministro da Saúde de um Governo do Partido Socialista, que ainda não tinha atirado com o marxismo para os fundos de uma qualquer obscura gaveta, o Dr. António Arnaut, dando corpo a uma das imposições constitucionais da Constituiçaõ da República Portuguesa de 1976, lançou as bases de um Sistema Nacional de Saúde, que se propunha a providenciar, em termos de igualdade, cuidados de saúde de qualidade gratuitos à generalidade da população portuguesa.


Mais de 30 anos passaram, e todos temos critícas a apontar ao sistema.


Mas foi, de longe o melhor sistema de saúde que se implementou em Portugal, modelo para alguns países da Europa, e que entrou em declínio com dois factores: o gratuito passou a tendencialmente gratuito, e passou a ser olhado, não como o serviço prestador de cuidados com relevância constitucional, mas como uma despesa a que havia que pôr fim. Aliás, aquela decorrrente desta.


Agravou-se a situação, quando, o tendencialmente gatuito passou a ser piada de mau gosto, designadamente quando se cobram diárias hospitalares a quem não ganha sequer para comprar medicamentos, e passaram a olhar para o sistema já não como uma despesa pesada ,mas como um potencial de lucro imenso, que depressa alguns governos se aprestaram a colocar no à mercê da gula dos bancos e seguradoras.


32 anos passados, é um governo do Partido Socialista que está a tratar de enterrar, de uma forma vergonhosa, o sistema de cuidados médicos, o que resta do Sistema Nacional de Saúde, seguindo medidas economicistas cegas, em que apenas e só se pretende poupar nos direitos para poder dar aos amigalhaços aquilo que eles pedem e não pedem, porque lhes é oferecido de bandeja.


Foi o serviço de oncologia do Hospital de Cascais. É agora o Hospital Pediátrico de Lisboa, tal como foi com o do Porto, já para não falar no encerramento absurdo de maternidades e serviços de saúde de cuidados primários.


Pouco a pouco, vão extinguindo o Estado. Pouco a pouco vão transformando este país numa cópia de tudo o que de negativo acontece nos Esatados Unidos da América, com os seus 30 milhões de habitantes que não têm acesso a uma urgência hospitalar.


O problema é que os Estados Unidos da América, pelo menos assim parece, estão a cair na real e a tentar tirar o país da situação terrível a que as políticas neo-liberais conduziram.


Triste é ver que no Partido Socialista, com as suas políticas neo-liberais , e todos aqueles que se enrolam na sua bandeira em busca dos seus objectivos pessoais, ainda não quiseram entender o mau caminho para onde levam Portugal.


Isso ficou demonstrado na entrevista concedida pelo Primeiro-Ministro Sócrates.


Eu subscrevo integralmente a petição. Faça como eu.

1 comentário:

  1. A causa não pode ser mais meritória mas, na nossa humilde e anónima opinião, estes abaixo assinados perdem muito em credibilidade com aquela coluna aberta a comentários e opiniões(?) que, na esmagadora maioria dos casos nada acrescentam à causa. Para além disso Marias, Carlas, Filomenas, SS são o quê?! Que credibilidade têm?! A facilidade com que na net se faz um abaixo assinado pode ser dúbia e retirar, nalguns casos, a credibilidade pretendida.

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