terça-feira, 2 de setembro de 2008

O que releva na actividade autárquica


Aqui há uns tempos, acerca da actividade autárquica em Castro Verde, dizia-me uma pessoa que, de entre os membros do executivo, os que mais se salientavam, e mostravam mais trabalho, eram o então Presidente (Fernando Caeiros) e o Vereador da Cultura (Paulo Nascimento).

Aquela afirmação surpreendeu-me, pelo que perguntei o porquê de assim pensar.

Resposta: o Presidente porque é o Presidente, o Vereador da Cultura porque é aquele que mostra mais trabalho.

Fantástico.


Chegamos à conclusão que este concelho vive de cultura, e esquecemos-nos de tudo o resto.

O planeamento, o urbanismo, as águas, os esgotos, os transportes escolares, o apoio às escolas, os jardins, a componente administrativa, as obras, os licenciamentos, a Protecção Civil, o trânsito, as oficinas, a recolha de resíduos domésticos e a higiene urbana, e tudo o mais parece que não existe, não acontece e não resulta do trabalho, e também, da acção política dos outros vereadores.

Entretanto algo mudou na Câmara. Será que o actual Presidente mantém, para a tal pessoa, a saliência que, ao antecessor, advinha do cargo? Ainda não perguntei.

Isto apenas para chamar a atenção que, por vezes, o trabalho mais profícuo está nas tarefas que não são visíveis, porque o resultado é aquilo que todos nós achamos natural que aconteça. Todos gostamos que os esgotos ou as águas funcionem com normalidade, e no entanto só reparamos nesse trabalho pela negativa, ou seja, quando algo corre mal, e nunca damos o devido valor ao trabalho desenvolvido para manter em regular funcionamento os desgastados sistemas que nos servem.

Com todos os méritos e deméritos individuais, o trabalho autárquico tem que ser apreciado na globalidade, sem sectarização da actividade deste ou daquele eleito.

Podemos dizer que o que mais deve relevar no trabalho autárquico é o trabalho da equipa, e não deste ou daquele vereador.

Importa é saber se todos os vereadores pensam assim.

6 comentários:

  1. Por muito que nos doa, o povo que temos tem nesse interlocutor espelhada a imagem que a grande maioria tem.Não haja dúvida, de que o vereador da cultura tem muita visibilidade.Veja-se por exemplo a informação escrita do presidente; é quase na totalidade uma listagem de actividades culturais, desportivas e recreativas. O ex presidente 32 anos em funções, projectos como o da Cavandela por exemplo... é só pontuar na sua imagem.
    Quem é que se preocupa se o disposto na alínea b) artigo 38 da Leinº 12-A/2008 de 27 de Fevereiro está a ser cumprido com todos os elementos a trabalhar na autarquia?
    Quantos cidadãos exercem o seu dever de cidadania, condição essencial para que uma democracia funcione no respeito pela coisa pública e no reconhecimento e valorização dos seus melhores e mais capacitados cidadãos?
    Estará a grande maioria deste povo preparada para viver numa verdadeira democracia?
    Honestamente, cada vez estou mais convencido, de que não está.

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  2. Eu diria até mais: é muito fácil fazer actividades, sejam elas quais forem, quando os fundos são ilimitados ou, simplesmente, se age na base da chantagem e da infantilidade: ou me dão o que eu quero ou vou-me embora; senão me deixam cumprir o MEU programa vou-me embora.
    Os outros e o seu programa que se danem.
    Aliás algo está mal quando alguém considera que tem um programa próprio e individual.
    Mas, certas pessoas gostam assim.

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  3. o paulinho é o maior e vocês não gostam de tanto sucesso. viva a "coltura" de Castro!

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  4. Mas que raio de assunto este!

    Realmente... Proponho desde já o seguinte:

    Quantos passos dão os Vereadores por dia.

    Quantas vezes olham para a janela.

    Coloquem um chip em cada e já sabem quantas vezes vão ao WC.

    Aqui entre nós conheço um que fez 348 assinaturas em documentos ofciais? Acham que é pouco?

    Ouvi ontem um Veredor dizer num café: Ontem só saí às 21h? O que acham? Merece o que ganha?

    E já repararam nos sapatos do outro? Foram com certeza comprados em Beja na terça feira. E claro nas horas de serviço. Portanto proponho desde já que lhe retirem 21 euros do vencimento correspondente a 1h 23m e 43 seg. Claro no horário laboral.

    Ò moralidades!

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  5. Mas que raio de comentário este!

    Só possível vindo da parte de alguém sem capacidade de ler o que se escreve, ou sendo possuidor de tal habilidade, recusa-se a dar-lhe uso.

    Pois se então o post se referia precisamente a afirmar que o trabalho autárquico deve ser, acima de tudo, um trabalho de equipa, interpretar o que se escreveu como o seu inverso é, acima de tudo, desonestidade intelectual.

    Mas se fica satisfeito a pensar assim, esteja à vontade.

    Oh infantilidades!

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  6. Este comentário do "amigo" anónimo só revela que há muitas coisas que só são percebidas a partir de uma determinada fase da vida...

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