terça-feira, 26 de agosto de 2008

Olhares de Férias VIII - Entrevista de Francisco Duarte

Enquanto estive ausente de Castro Verde, o novo Presidente de Castro Verde deu uma entrevista ao Diário do Alentejo, na qual perspectiva o próximo ano de actividades do Município sob a sua presidência.

Não posso deixar de referir dois aspectos, que considero pertinentes, quer para se entender qual o meu posicionamento, quer para compreender o enquadramento daquilo que se pode esperar da acção de Francisco Duarte.

Primeiro - tenho muita consideração por Francisco Duarte, como pessoa e como técnico, apesar das diferenças de feitios.

Segundo - Francisco Duarte está condicionado na sua acção pelo tempo. Tem duas bitolas temporais para se reger: a do final do mandato e a do fim do prazo legal para suspensão do mandato de Fernando Caeiros. Este aspecto não é despiciendo dado que qualquer actividade de Duarte durante este ano de suspensão terá sempre em atenção a aprovação, ou, pelo menos, o não desagrado do seu antecessor, que durante esse período pode interromper a suspensão e regressar ao lugar para que foi eleito.

Quanto à entrevista.

Gostei. Foi uma entrevista franca e pela positiva.

Francisco Duarte pôs as cartas na mesa quando assume o peso de substituir Fernando Caeiros após 32 anos de exercício do cargo, não só pela obra, que é assinalável, mas pela pessoa, que marcou gerações de castrenses, recusando, no entanto, o ferrete de sucessor do Presidente eleito. Assume a presidência por direito próprio, devido ao lugar que ocupava na lista por que foi candidato, e não devido a quaisquer características pessoais ou de pensamento que o tornem o escolhido.

Essas pesaram noutra altura, e haviam mais candidatos.

Avisou os castrenses das diferenças de feitio que separam Duarte de Caeiros, o que não é novidade, o que se resume, na prática, numa diferença de estilos, de agir, dado que Duarte é uma pessoa directa, diz o que pensa no momento, a quente, enquanto Caeiros é frio na reacção, não diz, manda dizer, e calculista, pesa muito bem e guarda para depois o que diz.

Importante o assumir do programa eleitoral da CDU/PCP-PEV nas eleições de 2005, o que reforça a sua relação de interdependência com a coligação.

Entretanto vai dizendo que ainda não é tempo para falar das autárquicas. A meu ver é mais que tempo. Francisco Duarte e a força que o apoia é que não se encontra numa posição muito folgada, em termos de calendário, para se pronunciar: está há pouco tempo no cargo e tem pouco tempo até às eleições.

Tratou-se, portanto, de uma entrevista de apresentação, muito soft, apesar de afirmativa, pelo que não há nada de muito saliente a referir.

Esperemos que consiga levar até final a empreitada que tem em mãos, da melhor forma e com os melhores resultados para o concelho e para as suas gentes.

5 comentários:

  1. João , quero te agradecer , pois voce colocou gentilmente o Arte autismo aqui.
    Obrigada João voce tem um lindo coração.
    Quanto ao post , prefiro não comentar por não conhecer a politíca portuguesa e por falar a verdade não me ligo em nenhuma
    Posso dar uma gafe.
    Abraços sinceros.
    Ray

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  2. JNS - Bom regresso do litoral alentejano, onde pelos vistos já se circula melhor.
    Da entrevista que o actual presidente em exercicio concedeu ao Diário do Alentejo, parece não ser dificil tirar a conclusão, de que a velhice é um posto.
    Será impossível ainda ver um dia, ( não muito distante ) Caeiros e Duarte em confronto directo assumindo frontalmente as diferenças de pontos de vista que até aqui têm sabido esconder?
    A nossa prenda do menino Jesus, não será o regresso do nosso dinossauro ao seu Habitat natural?

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  3. Bom dia MAD

    Pois quanto a divergências, era algo que tinha de reserva, e mantenho.

    Quanto à prenda de Natal, como diz o outro: who knows?

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  4. o amigo MAD continua um sebastianista, sempre a sonhar com uma manha de nevoeiro para lhe acicatar o espirito.

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  5. Sagher, das coisas que menos gosto é de nevoeiro. Estamos sempre perto do perigo e não o conseguimos ver...
    É assim a vida,todos nós temos uma certa tendência para nos preocuparmos com os dias de nevoeiro, e a esquecer-se dos dias de sol radiante, que são muitos mais, do que os primeiros.

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