domingo, 25 de maio de 2008

Urbanismo à moda de Castro Verde

Desde há mais de um ano, está a ser construído um edifício no Lado Norete da Vila, mesmo ao lado da antiga estrada de Entradas, destinando-se esse edifício a armazém da Associação de Agricultores do Campo Branco.

Esclareço desde já que nada me move contra esta associação e os seus membros.

No entanto, pessoalmente, estou a ser atingido pela construção dos seus armazéns, mesmo debaixo do meu nariz, e sê-lo-ei ainda mais quando começarem as actividades que se prevêem para as ditas instalações.

Segundo consta, o armazém servirá para guardar equipamentos diversos, rações e semente, sendo que estará, em princípio, afastada a hipótese de armazenamento de vacinas.

No entanto, e confirmando-se o que tem corrido em diversos blogues, está em construção uma estrutura destinada a desinfecção e a desinfestação de camiões, propriedade de associados, sendo de imaginar, que se incluem os camiões destinados a transporte de gado.

Assim sendo, passarão a ser guardados stocks produtores de pós e lavados camiões, com recurso a desinfestantes e insecticidas, na estrutura que se construiu dentro do perímetro urbano, no seio de uma zona residencial e a escassos metros da habitações pré-existentes no local.

A Associação de Agricultores do Campo Branco faria, o que está a fazer aqui, em qualquer outro local.

Acontece que este local foi aquele que foi cedido, preço preferencial, pela Câmara de Castro Verde.

Pergunta: a Câmara de Castro Verde sabia que o destino das instalações a construir seria aquele?

Pergunta: se sabia, porque cedeu aquele terreno, quando é proprietária de muitos outros em volta da vila?

Pergunta: se não sabia, porque autorizou a construção da edificação dentro do perímetro urbano, quando há anos e anos se anda a debater a questão da proliferação de zonas industriais e similares dentro, ou na proximidade do aglomerado urbano, com as implicações ambientais que tal acarreta.

Pergunta: se não sabia, e depois de ter sido amplamente divulgado pela blogosfera, porque não se tentou informar e depois informar os munícipes, para além de tentar limitar os efeitos negativos do empreendimento?

São apenas umas questões a que alguém de direito devia dar resposta.

Penso eu.


1 comentário:

  1. Ainda gostava de ver um dia uma análise rigorosa e objectiva de como se têm licenciado obras e consentido outras neste concelho na era pós 25 de Abril.
    Quem vier a seguir, se quiser cumprir a legalidade vai ter sérios problemas, e muitas comparações com o passado, em que quase tudo era permitido à vontade do freguês.
    Será por acaso que há perpetuações no poder?

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