sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O Partido Socialista de Castro Verde e o Outro

Passei agora mesmo no blogue do Partido Socialista de Castro Verde, que parece ser autónomo e independente do outro Partido Socialista, o que suporta o Governo actual, e encontrei um comunicado lido aos microfones da Rádio Castrense.

Não vou comentar linha a linha o comunicado, mas apenas fazer um reparos, de minha e exclusiva lavra.


Começa logo por assumir como candidata da CDU/PCP-PEV a porta-voz da Comissão coordenadora eleita na reunião do passado dia 16, a ela se referindo como "putativa candidata".

Pois o adjectivo singular "putativo" tem um significado, que não resisto a transcrever:

putativo

do Lat. putativu, suposto
que se supõe ser o que não é;
reputado.

Portanto, ligando uma coisa à outra, o Partido Socialista de Castro Verde, o tal que é independente e autónomo do outro Partido Socialista, o que suporta e apoia o actual Governo, trata como candidata uma pessoa que supõe sê-lo, ou que reputa que é, mas não é. E tem consciência disso, porque se assim não fosse, não usaria o qualificativo.

E também por que ninguém fez nada que levasse a concluir no sentido pretendido.

Vem depois acusar o PCP (novamente a tentativa de obliterar a CDU. Será que pensam que ainda há quem acredite na história das criancinhas ao pequeno almoço?), de querer fraccionar o Partido Socialista de Castro Verde, o tal que é autónomo e independente do outro Partido Socialista que suporta o Governo.

Grande Erro. Nem a CDU/PCP-PEV, nem o PCP, precisam de tentar fraccionar o Partido Socialista de Castro Verde, o autónomo e independente do outro Partido Socialista que suporta e apoia o actual Governo, pela simples razão que essa fractura já existe e foram os seus responsáveis que a criaram.

Acusam o PCP (a tal tentativa de obliterar a CDU. Será que pensam que ainda há quem acredite nas injecções atrás das orelhas dos velhinhos?) de querer imputar responsabilidades pelos resultados da governação socialista, claro que do outro Partido Socialista de que são autónomos e independentes, e eles não suportam nem apoiam, para assim mobilizarem vontades descontentes.

Mas, isso de vontades descontentes existe? Como é isso possível se o Primeiro-Ministro , do Governo apoiado pelo Partido Socialista, o outro de que é autónomo e independente, dizer o contrário.

Lamentou-se ainda o responsável pelo Partido Socialista de Castro Verde, que não apoia nem suporta o Governo, por ser autónomo do outro Partido Socialista, de que o PCP ( começo a acreditar que pretende dar uma ajudinha a esconder a sigla com que concorre o PCP), quer fazer crer que a candidatura "Por Castro" não aceita o Partido Socialista, o do Governo, do qual o PS de Castro Verde é independente e autónomo, e que não suporta ou apoia.

Claro que o facto de nas suas "Linhas de Força que Sustentam a Candidatura", no seu ponto 1 se afirmar:

"1. UMA LISTA APARTIDÁRIA - À parte do tradicional debate ideológico que sistematicamente transvaza da peleja político-partidária nacional para os pequenos lugares, sempre que se elegem os órgãos autárquicos, a lista “POR CASTRO” é alheia à recorrente procura de redefinição de forças que os partidos buscam fazer localmente para que subsequentemente, melhor se possam impor nas esferas da macro política."


foi um mero lapso, tal como foi esquecimento o facto de, nesse mesmo documento, nem uma única vez, uma só, se fazer uma referência breve que seja ao Partido Socialista, seja o de Castro Verde ou o outro que apoia o Governo.

O mesmo se tendo passado com o flyer, (gosto deste inglesismo), onde não há uma única palavra acerca do Partido Socialista, seja um ou outro, e onde apenas aparece metade da sigla do Partido Socialista.

Deduzo que seja a metade que cabe ao Partido Socialista de Castro Verde, não ao outro, do qual é autónomo e independente, e que apoia e suporta o governo actual, que com a sua acção gera vontades descontentes, e com qual os malvados comunistas pretendem conotar.


Quer o responsável do partido Socialista de Castro Verde, o tal, não o outro, discutir ideias e projectos, mas, o que é facto, é que não lançaram para a mesa uma só ideia que se dê ao debate e a à discussão, apenas tendo falado de generalidades, banalidades e situações mais que batidas no passado.


Avancem com algo verdadeiramente novo, para que possamos, todos, não só os partidos e as candidaturas, debater.

Digo eu...

1 comentário:

  1. Por mais voltas e explicações que se dêm, temos que reconhecer que são questões pertinentes, sobretudo para os socialistas de Castro Verde.

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