segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O Futuro Podia Ser Ontem


Entrevista de Rui Rosa, Director da revista Cultos a José Francisco Colaço Guerreiro, e publicada em Novembro de 2008, sensivelmente um mês e meio antes da apresentação da candidatura pelo Partido Socialista.




O advogado José Francisco Colaço Guerreiro é por esta altura o homem politicamente mais cobiçado em Castro Verde


Por: Rui Rosa


Segundo a revista Cultos apurou, junto de várias fontes, o interesse, no advogado de Castro Verde foi-lhe manifestado por diferentes cores politicas, da esquerda à direita, bem como por uma lista de independentes que entretanto, segundo confirmámos, decidiu não avançar.
Contactado por nós, José Francisco Colaço Guerreiro confirmou que “fui alvo de algumas abordagens exploratórias, que, presumo, visaram perceber qual era a minha disponibilidade para poder envolver-me politicamente, ou então, resultaram de uma auscultação que teve como finalidade recolher algumas opiniões da minha parte relativamente ao nosso concelho, nomeadamente na área da Cultura onde eu estou envolvido há cerca de vinte anos através da Cortiçol”.

Indagado pela Cultos sobre como reage a esse interesse, a esses contactos, o rosto maior do Património (programa que lhe deu uma projecção no concelho e não só, só superável pelo ex. presidente da câmara de Castro Verde, Fernando Caeiros, o advogado não negou “que é um facto que me sensibiliza, mas não é isso que aumenta ou diminui a minha apetência relativamente a uma eventual entrada na vida politica do nosso concelho. É, reafirmo, algo que não equaciono de momento”.

Igual resposta foi-nos dada quanto reforçamos a questão anterior ao incluirmos a população do concelho cujo respeito e admiração por José Francisco são de uma expressividade contundente “é, repito, outro motivo do qual me orgulho, tratando-sede uma atitude afectuosa das pessoas que resulta em muito da minha ligação à rádio, ao povo, através do programa Património”.
Sem fechar liminarmente as portas a uma eventual candidatura autárquica, embora sublinhe que de momento não passa por aí o seu futuro, José Francisco Colaço Guerreiro revelou-nos que se isso se se confirmasse (algo que já apuramos não vai suceder) teria necessariamente que ser “uma candidatura que assentasse em princípios e em valores que eu sempre cultivei. Ser presidente de câmara é uma enorme responsabilidade. Quem almejar a tal cargo deverá ter isso em linha de conta.

Deve assentar as suas ideias em factos que potenciem as realidades locais, que privilegiem as pessoas, as instituições. E, neste particular, haverá sempre muito trabalho a fazer. É uma missão interminável que deverá ser assumida com responsabilidade.

Castro Verde como sabe é um concelho de proa. Mas é importante que todos reflictamos sobre a relação que os diferentes poderes, o político incluído, têm com aquilo que efectivamente nos identifica, nos distingue e honra. Só faz sentido estar na política e na vida se os pilares que nos
fundamentam estiverem alicerçados em valores e princípios nobres. É essa a minha opinião enquanto cidadão deste concelho que tanto gosto”.

Apesar da substância das suas palavras e ideias, (foram elas seguramente que fundamentaram tanto interesse na comunidade politica de Castro Verde) a Cultos apurou que aquele que poderia ser, era-o seguramente, um candidato“temível” não irá abraçar a carreira politica, pelos menos para já “não é algo que eu equacione de momento”.
Quanto ao futuro, o futuro o dirá...

Comentário

Estamos no campo da política, e, nesse campo, as coisas têm que ser vistas sob o prisma político.

Pode parecer mais uma verdade "la palissiana", mas não é.

Pode-se olhar para uma entrevista política, e dar-lhe uma interpretação meramente social ou de simpatia, de amigo, de admirador, mas ela, a entrevista não deixa de ter essa natureza, da qual não se pode afastar.
E esta é uma entrevista declaradamente política, estratégica, e com um objectivo bem determinado: afastar as atenções daquilo que, desde o Verão, estava a ser preparado, porque, no momento em que a concedeu, José Francisco Colaço Guerreiro estava mais que empenhado e determinado a avançar.

Volto a repetir que nada me move contra o candidato anunciado para concorrer pelo Partido Socialista em Castro Verde. Provavelmente nem mesmo a política, quanto ao bem que queremos a esta terra.

No entanto, de quem atingiu um certo nível dentro de uma comunidade pequena, rural, como a castrense, espera-se uma actuação consentânea com esse estatuto, e coerente com os altos valores que afirma defender, e, infelizmente, parece-me que José Francisco Colaço Guerreiro não esteve bem ao conceder esta entrevista, com este teor, à revista Cultos.

Até porque, mesmo em termos de estratégia política, nem há motivação para o seu teor, quer em termos partidários, quer em termos de calendário eleitoral.

Todos nós sabemos, e eu até já o escrevi, o Dr. José Francisco (prefiro tratá-lo assim, porque é assim que o conhecemos) nunca se candidatou, não por não ter apoio ou, sequer, por não ter a motivação que o impulsionasse nesse sentido, mas apenas, e sempre assim foi entendido comummente, que não se candidataria enquanto isso significasse enfrentar Fernando Caeiros, pretensamente mais por respeito que por receio mútuos.

Portanto, na minha modestíssima opinião, nada justifica que num mês venha propagar o seu completo afastamento e desinteresse pela política activa, e no outro imediatamente a seguir venha anunciar a sua candidatura.

Tal como não se entende que venha divulgar ter sido convidado a integrar um projecto independente, quando é hoje mais que sabido ter o Dr. José Francisco feito diversas abordagens a pessoas do concelho nesse sentido, e aparecer com uma candidatura partidária.

Tão incompreensível como defender valores muito próprios, e permitir a sua utilização por uma bandeira política.

Questiona-se: e porquê essa bandeira, e não uma dos outros partidos, da esquerda à direita, que o convidaram? Será que não aceitaram as suas condições, ou seriam estas tão aproximadas das do Partido Socialista que apenas este as aceitou integralmente, sem olhar para o lado, na ânsia de conquistar, a qualquer preço, a Câmara de Castro Verde à CDU/PCP-PEV?

Será que a predisposição do Partido Socialista para respeitar as exigências do candidato é tanta quanto a do candidato para empunhar a bandeira?

São respostas que ao longo dos meses que nos separam das eleições nos irão mostrar, até porque muita coisa pode mudar até lá.

Até lá, apenas uma certeza: já não há certezas em definitivo.
P.S. - Sombreados e foto da responsabilidade do administrador deste blog.
P.S. 2 - De forma a clarificar algumas passagens suceptíveis de interpretação dúbia, foram efectuadas alterações ao texto.

2 comentários:

  1. Continuas a acreditar no Pai Natal!!!

    Um Bom Natal para ti e para a tua familia...

    Que 2009 te traga tudo aquilo que anseias...
    Castromaisverde

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  2. Bom Natal para ti e para os teus.

    Viva o Pai Natal!

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