Regulamentos

O Jardim de Infância e as Escolas do 1.º Ciclo dispõem, a partir deste ano lectivo, de uma cantina.

Obra feita a expensas do Município, que é de louvar pela iniciativa, e que, com o tempo conseguirá ultrapassar as dificuldades que as deficiências de projecto provocam no dia-a-dia.

No entanto, maiores e mais graves são as deficiências de funcionamento, que se devem apenas e só, a deficiências no entendimento que grassa na cabeça de algumas pessoas.

Devido à enorme dimensão do equipamento, e aos muitos milhares de utentes que dele usufruem, alguém, que não a Câmara enquanto entidade política, decidiu fazer um regulamento em que mistura regras tão simples como a obrigatoriedade de as crianças estarem sentadas e aguardarem indicações dos auxiliares, até importantes normas cegas, como cega deve ser a justiça, do género da proibição de troca de senhas, excepto em caso de doença do utente, leia-se, criança, devidamente comprovada, através de atestado de médico.

Resumindo e concluindo.

Que eu saiba, é pressuposto que as crianças sejam verbalmente orientadas no sentido de estarem quietas e aguardarem as indicações dos auxiliares presentes, não carecendo de um Regulamento escrito, até porque grande parte delas não sabem ler, que dê indicações nesse sentido.

Por outro lado, o exigir um comprovativo da doença do aluno exige que um dos pais falte ao trabalho para ir ao médico e a criança ser vista pelo médico. Isto para satisfazer a exigências de quem, perdoem-me a força da expressão, pariu aquele regulamento.

Hoje, 2.ª feira 29 de Setembro, devido as factos da minha vida provada, solicitei a troca da senha de almoço do meu filho, previamente adquirida para o próximo dia 3 de Outubro, 6.ª Feira. Por força da aberração regulamentar a que me venho referindo, não me foi permitido fazer tal troca, apesar de estar uma fila enorme de pais aguardando para adquirir senhas para esta semana.

Note-se que não se trata do valor da senha. Trata-se da veleidade com que se fazem regulamentos que por falta do mínimo de senso que quem os faz apenas servem para complicar a vida das pessoas, ou para serem completamente inúteis, como no caso das regras impostas a crianças com 3 e 4 anos.

Enfim. Não faz regulamentos quem quer, mas quem os sabe fazer.

Aliás, podemos até questionar acerca da competência funcional para produzir esses regulamentos, e perguntar se os eleitos tiveram conhecimento de um documento que não lhe está a por a imagem nas melhores condições.

Mais uma vez estamos no campo das amizades. Quem fez este regulamento se não tivesse amigos no sítio certo, provavelmente a única coisa que escreveria seriam palavras cruzadas, possuísse a pessoa em questão inteligência para tanto.