sexta-feira, 27 de junho de 2008

Vida Por Vida


Chegou o Verão e, com ele, a canícula impiedosa com que somos massacrados diariamente.

Chegou também a época sazonal dos fogos, sejam eles de origem natural, sejam eles de origem criminosa.

É tempo de relembrar aqueles que, de Norte a Sul do país, colocam as suas vidas ao dispor dos cidadãos, na defesa da integridade física de cada um, bem como dos seus haveres.

Estou a falar, claro, dos Bombeiros deste país, e, especialmente, dos voluntários, aqueles que optam, de forma não profissional, por dar mais qualquer coisa ao próximo a troco de nada.

E quando digo nada, é mesmo nada.

Os bombeiros fazem escalas de alerta, são chamados a acorrer a incêndios, dentro e fora do respectivo concelho ou área de jurisdição, a troco de míseros cêntimos, que não pagam o suor que vertem debaixo das elevadas temperaturas que enfrentam, quanto mais o risco a que se sujeitam.

Claro que estou a falar dos Bombeiros operacionais, daqueles que correm quando toca a sirene que anuncia mais uma situação que exige a sua presença.

Tempo de lembrar os comandos das corporações, que são obrigados a fazer milagres com os parcos e desajustados meios ou com os reduzidos efectivos de que dispõem.

Todos os anos ouvimos falar nas florestas como uma das maiores riquezas deste país.
Todos os anos ouvimos falar nos milhões e milhões de euros que se gastam para preparar um sistema de combate a incêndios, muitas vezes de eficácia duvidosa.

Todos os anos se gastam milhares, senão milhões, de euros para manter uma estrutura de comandos distritais, regionais, nacionais e não sei quantos mais, cada qual com pessoal extremamente bem remunerado, com regalias impensáveis ao nível dos comandos das corporações.

São milhões, que, por ventura, melhor aplicados e investidos na base da estrutura de prevenção e combate a incêndios, corporações e protecção civil municipal, poderiam gerar melhores resultados operacionais, evitar situações de risco dispensáveis, compensar devidamente quem se predispõe a colocar a sua vida ao serviço do próximo.

Mas, acima de tudo, deixaria de haver o sentimento de que alguém, nos níveis mais altos de decisão anda, definitivamente, a brincar com coisas muito sérias, nomeadamente com a dignidade dos soldados da paz, daqueles cujo lema é "Vida Por Vida".

5 comentários:

  1. Aqui está um bom tema o serviço dos bombeiros.

    Á muito que defendo a profissionalização dos corpos de bombeiros, uma percentagem da corporação devia segundo o meu ponto de vista ser sempre profissional, ampliada com uma base de voluntarios.

    Por exemplo uma pessoa podia suspender a sua profissão durante algum tempo e ser bombeiro profissional.

    Realizar tipo uma comição de serviço ou eventualmente desenvolver uma carreira.

    Nesta permanencia poderia fazer uma especialização numa qualquer area de socorro tendo a disponibilidade e a segurança de um rendimento garantido, desta forma seria provavelmente mais facil atrair pessoas para as corporações, criar uma faixa mais alargada de pessoas preparadas e devidamente habilitadas para a prestação de socorro.

    Para os mais habilitados estaria acessivél uma carreira profissional.

    Sobre os fogos, penso que passa muito por uma conciencia colectiva de respeito pela floresta.

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  2. A MINHA OPINIÃO

    É necessário e urgente, tentar mudar as mentalidades dos políticos e das políticas municipais, para uma visão correcta e precisa no socorro á população do concelho, quer seja a nível de catástrofes ambientais ou tecnológicas, assim como no socorro á população na doença e no Pré-hospitalar. O concelho hoje pode deixar de investir alguns euros no betão para os investir na garantia de um socorro correcto profissional e que a todos toca pessoalmente. De que nos serve termos um concelho de excelência se as pessoas podem morrer por falta de assistência. Mas também compreendo os políticos concelhios, por este investimento não ser visível e por retorno não dar votos, é uma pena e uma perda de oportunidades.
    Equipar e Profissionalizar os Bombeiros é urgente, ou estamos a espera que aconteça alguma calamidade para depois então sim se equipar quem devia de já estar devidamente equipado.

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  3. Não se esqueceram na declaração do IRS indicarem os Bombeiros?

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  4. Cuidado com os cigarros atirados negligentemente (CRIMINOSAMENTE!!!) para o chão e CUIDADO!!! muito cuidado com as gadanheiras sáo autênticas máquinas de provocar incêndios.
    O Máximo de cuidado com qualquer máquina e qualquer alfais susceptível de produzir faíscas.
    Em todo o caso TOLERÂNCIA ZERO

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