terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

FALAR CLARO! FALAR VERDADE!


A semana passada, para não sermos "bombardeados" apenas uma vez com as lamentações do Senhor Presidente da Câmara de Castro Verde, levámos com dose dupla de inverdades.

Ao inqualificável "Correio do Alentejo", "jornal" da empresa-que-era-propriedade-do-presidente-da-câmara-mas-já-não-é-porque-é-de-um-familiar, até ver (acrescento eu), juntou-se o (até agora) respeitável boletim municipal, "O Campaniço", que uniram as vozes para de uma forma mais amplificada, propalar as inverdades com que o actual executivo autárquico quer justificar a sua incapacidade em por no terreno as obras que o anterior deixou prontinhas a serem lançadas.

A inverdade do momento, com mais ou menos nuances e rodriguinhos, é a de que, as finanças da autarquia estão num estado "muito preocupante", para não dizer caótico.

Isto porque, a gestão anterior não soube fazer as coisas como deveriam tê-lo sido, e mais aquela lenga-lenga da Derrama, que ficou retida, e que compromete o seu programa eleitoral.

Antes de mais, é um dado adquirido que a mudança de gestão autárquica foi uma surpresa para toda a gente, inclusive para os que saíram e para os que entraram. E tanto assim é, que o anterior executivo camarário, quando abandonou as suas funções, deixou uma relevante carteira de compromissos, contratos e candidaturas aprovadas e com financiamento garantido, porque, e sublinho isto, certamente contava continuar a ser executivo, pelo que teria que executar tais contratos e programas, cumprir esses objectivos.

Houvesse derrama ou não!

Com os meios que sabiam que existiam, tal como sabiam que tinham que ter suficiente aptidão para angariar o que faltava!

Portanto, quem alardeou a sua competência, perdão, quem acusou os outros de serem incompetentes, tem agora a oportunidade de, com a "guitarra" na mão, mostrar que "músicas" é que consegue dela arrancar.

É que neste "baile", onde se "dança" a vida de todo o Concelho e das pessoas que cá vivem, não pode ser uma "música" qualquer, e não pode ser tocada de "ouvido", têm que saber ler a "pauta", ou seja, não basta saber "dedilhar", tem que saber executar, tem que ser um virtuoso, alguém com competência para o fazer.

Depois, os Vereadores da oposição - membros do anterior executivo - tiveram o cuidado de, na primeira reunião de câmara informar qual a situação financeira e de tesouraria do município.

E aí, e ninguém veio contradizer tal informação, para além de 700.000€ no banco, ainda haviam disponíveis umas centenas de milhar, concretamente €538.845,91.

Ou seja, a câmara dispunha de 1.238.845,91 €, para honrar os compromissos assumidos, incluindo vencimentos, e ainda sobravam cerca de 300.000,00€, ficando limpa de dívidas as fornecedores.

Dizem: não chega para pagar os contratos assinados!

Verdade! Mas não chega com este executivo, como não chegaria com o outro!

Ah! Pois é! É que a história da Derrama vale tanto para esta realidade - executivo do PS - como para a que existiria no caso de a CDU ter ganho novamente as eleições.

Então, com esta esfarrapada justificação, aqueles que disseram do executivo aquilo que Maomé não disse do toucinho, por causa da contratação de dois empréstimos, um de €900.000 e outro de €700.000, se preparam agora para tentar aprovar na Assembleia Municipal a contratação de um empréstimo no valor de €1.175.000! É só mais €475.000 que aquilo que não queriam que fosse contratualizado há pouco mais de um ano!

(Esclarecimento: fui alertado para o facto de, no parágrafo em que são referidos dois empréstimos (900.000+700.000), poder estar a induzir erro quem leu estas linhas. De facto, o Município foi autorizado a celebrar tais empréstimos, mas apenas um (900.000€) foi contratualizado, e do qual foi utilizada uma parte (200.000€), pelo que estão à disposição da autarquia 700.000€. O outro empréstimo não chegou a ser contratualizado. Como a autorização concedida tem prazo, o executivo tem que pedir nova autorização à Assembleia Municipal, o que vai à discussão amanhã, 8 de Fevereiro, para obter o consentimento, mas para 1.175.000€.
Falar claro é isto mesmo: explicar claramente as coisas!)

Por isso é que talvez já seja tempo de ALGUÉM começar a falar claro, de maneira a esclarecer a população de Castro Verde, ao invés de envenenar a opinião pública e causar o pânico e o receio entre os Castrenses.

E esse ALGUÉM poderá constatar que FALAR CLARO não custa nada: basta começar a FALAR VERDADE!

Olhe pode começar por dizer que a questão das expropriações para a obra da estrada de Santa Bárbara está ferida com duas mentiras: nem há expropriações a fazer, e se as houvesse certamente não seriam dezenas de milhares de euros!

Experimente, Senhor Presidente, e vai ver que não dói nada!


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