Certamente já toda a gente ouviu falar de Wolgang Schauble.
Trata-se do Ministro das Finanças da República da Alemanha, Doutorado em Direito, famoso principalmente pelas regras financeiras que, de forma quase ditatorial, impõe aos países da Zona Euro que se encontram em crise, e que se desloca em cadeira de rodas.
Ficou também famoso por ser aquele junto de qual o Ministro Gaspar inclinou a espinha numa célebre cimeira europeia.
Mas há mais alguns pormenores curiosos acerca do personagem.
Foi ministro de Helmut Kholl, designadamente seu Ministro do Interior, ou seja, o chefe das polícias.
Em 1990, quando no desempenho deste cargo, sofreu um atentado, a tiro, tendo ficado com uma bala alojada na coluna, de que resulta a sua paraplegia.
Posteriormente foi eleito Presidente Federal da CDU alemã.
Em 2000, sendo Angela Merckel sua Secretária-geral (do partido CDU), Schauble teve que abandonar a presidência do partido na sequência de um escândalo relacionado com o financiamento ilegal daquela força política.
Tal escândalo deveu-se ao facto de se terem descoberto a realização de umas reuniões com um senhor chamado Karleinz Scheiber, e uma entrada de 100.000,00€ nos cofres do partido.
Parece que na Alemanha o financiamento partidário obedece a regras muitos apertadas, e acontece que o dito Karleinz Schreiber era tão somente alguém com ligações muitos estreitas ao tráfico de armas.
São dois aspectos que não abonam a seu favor.
Para mim, no entanto, o mais grave é que o nosso "amigo" Wolgang Schauble, paladino das lições de moral, ficou também famoso pela defesa utilização de medidas pouco ortodoxas no combate à criminalidade, designadamente a utilização das Forças Armadas em acções no interior na Alemanha, no combate ao crime, o que é inconstitucional por aquelas bandas, bem como da utilização de informações "sacadas" com recurso a tortura pelos serviços secretos de outros países e o rastreio dos computadores pessoais de qualquer um que pudesse ser apelidado de suspeito.
Portanto, nada de grave.
Grave é, no entanto, ser esta uma pequena parte da história do Sr. Schauble, o mesmo Schauble que se permite dar lições de moral aos países da Europa, e emitir pareceres acerca de qual deve ser a conduta de todo e qualquer Europeu.
Cá, pelas nossas bandas, costuma dizer-se que vaso ruim não quebra. Também de costuma dizer que, para bom entendedor, meia palavra basta.
E eu não digo mais.
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