
E quando não compreendo ou percebo alguma coisa, questiono.
Acho que faz parte do ser curioso.
Quando obtenho resposta às minhas perguntas, o que nem sempre acontece, analiso-as, e faço um juízo que pesa sobre dois aspectos: é uma opção ou é uma factualidade concreta e indiscutível?
Se é uma opção, para além de questionar, analiso quais as outras hipóteses que se perfilaram no mesmo plano, e emito a minha opinião no sentido de concordar ou discordar da opção feita.
Quando estou perante um facto, posso discordar as vezes que quiser dele que não altera a sua natureza: é um facto; e nada do que disser altera essa realidade.
Sendo curioso, e levantando questões, tenho que, à partida, no momento em que o faço, aceitar como boas as justificações e explicações que me venham a ser prestadas.
Vem isto a propósito do Cineteatro de Castro Verde e do Parque de Campismo de Castro Verde.
Assumindo que ninguém contesta a importância relevante que estes equipamentos representam para o concelho, um em termos culturais, outro em termos económicos e turisticos.
O cinema foi construído há cerca de duas décadas, segundo um projecto que obedecia às regras de construção da altura, com as soluções técnicas disponíveis, com os matérias normalmente utilizados e com os equipamentos à altura existentes no mercado. Ah! Já me esquecia: foi, por razões de economia, equipado com cadeiras oriundas de um cinema que entretanto encerrou, portanto, usadas. Por favor, se estou enganado quanto a este aspecto, corrijam-me.
Foi uma obra de um volume considerável, que serve o concelho e a sua população desde a sua construção, quando ainda há concelhos que lutam por ter um equipamento semelhante.
Portanto tem tido uma utilização razoável, em termos de frequência, pelo que o desgaste dela derivado é plenamente justificado.
As pessoas queixam-se, com razão, do mau estado das cadeiras e do deficiente funcionamento do ar condicionado. Quanto às cadeiras, desde há uns poucos anos está prevista a sua substituição. Só que, pelo menos parece, é do desconhecimento geral, que a substituição das cadeiras do cinema é empreitada para custar entre 150 a 200 mil euros. Os tais 200 mil que Manuel António Domingos referiu algures. Quanto ao ar condicionado, o de origem, a sua substituição para além de ser extremamente dispendiosa, não resolveria a questão, dado que o problema não é tanto do equipamento mas sim da sua colocação no contexto do edifício (por baixo da zona do palco).
A estes dois problemas, surgiram, entretanto, questões relacionadas com a climatização do edifício, com a segurança, designadamente derivada da utilização de materiais menos adequados, etc, etc., e, porque não, as novas soluções entretanto surgidas que tornaram as existente mais ou menos obsoletas.
Por aquilo que sei, a obra que ser levada a efeito, vai corrigir todos os problemas que referi, e mais alguns, vai modernizar o equipamento, tornando-o quase novo, até ficar irreconhecível.
Apareceu por aí, na blogosfera, uma senhora numa lamento indignado por, exteriormente, se tratar de uma obra de propaganda contínua à CDU, devido aos hexágonos das fachadas. Fique descansada (e eu também porque, esteticamente, detesto aquela decoração), que aquilo vai desaparecer. Mas, já agora, gostava de a esclarecer que os hexágonos deixaram de ser o símbolo da CDU no princípio dos anos 90, muito antes de o cinema ser construído, pelo que não estou a ver a utilidade de se fazer propaganda com um símbolo que já não é usado.
Relativamente ao parque de campismo, por diversas vezes levantei a questão da sua não abertura, e deixei de fazê-lo porque me disseram que existiria um problema de carácter técnico que dificultava a ligação eléctrica à rede. Esta é uma explicação plausível e aceitável, não se compreendendo que se duvide da sua veracidade, havendo que alvitrasse o recurso, presume-se que em permanência, ao gerador de emergência, que serve para ser usado nessas situações.
Goste-se, ou não, as coisas são claras: as obras precisam de ser feitas, e são feitas quando é possível fazê-las. Há imponderáveis que dificultam a concretização, sem que se possa, de boa fé, atribuir culpas a quem quer que seja. Quem não aceita que assim seja...
Vem isto a propósito da curiosidade e do perguntar. É que, se não têm a predisposição para aceitar resposta e justificações plausíveis, não vale a pena perguntar nada a ninguém, e ganham mais em deitar essa raiva toda para forma de uma forma mais afirmativa.
Por enquanto continuo sem mais informação relevante, para além da seguinte que escrevi no Blog Rotunda das Ovelhas:
ResponderEliminarManuel António Domingos disse...
Aqui no POST sob o título: CINE TEATRO EM OBRAS com data de 29/01/2009, fiz o seguinte comentário, com base no conhecimento que tinha da previsão do custo das obras previstas e aprovadas nas Grandes Opções do Plano para 2009; ( Ou seja 100 mil euros definidos e 100 mil euros a definir)
Manuel Antonio Domingos disse...
Creio que tenho autoridade para falar sobre o tema de gastos na autarquia, prioridades etc, etc.
Este assunto da remodelação do Cine Teatro não é novo. Na realidade é necessário que se façam as remodelações previstas, e que neste caso concreto, não se fale em eleitoralismos. Quem frequenta o Cine Teatro, sabe que muitas vezes acaba por não se sentir bem com cadeiras partidas,ar condicionado funcionando deficientemente, o pessoal do som impedindo a passagem, o que obriga a reservar uma fila de cadeiras, onde por vezes as pessoas se sentam não respeitando a informação, e depois criam aborrecimentos, a uns, porque os mandaramm levantar, a outros, porque acham que os funcionários não mandam levantar as pessoas que dificultam a passagem etc, etc, etc.
Apesar de todos os defeitos que se possam apontar, estas instalações têm sido das mais rentabilizadas, são muito úteis ao concelho e não só, pelo que o seu melhoramento deve merecer a nossa aprovação sem reservas.
31 de Janeiro de 2009 11:05
Hoje analisei a alteração Orçamental nº 1 de 2009 e constatei que a dotação para as referidas obras, passou de 100 mil euros, para 720 mil euros definidos. Como é obvio esta situação merece uma reflexão muito séria sobre esta alteração tão volumosa. Após melhor informação voltarei a opinar sobre este assunto.
17 de Fevereiro de 2009 19:59
Caro bloguer,
ResponderEliminarParece-me a mim, que quanto aos exágonos do cinema, a questão foi ao contrário do que diz. Quando o cineteatro foi desenhado e construído o símbolo da APU eram os 3 circulos (tipo metade da bandeira olimpica). Só alguns anos mais tarde, embora poucos, é que se constituiu a CDU, com o favo de mel como símbolo.
Não tenho a certeza, mas para um investigador com vagar como o sr. talvez seja posível averiguar a verdade dos factos.
Mas continuo a julgar que se tratou de uma infeliz coincidência.
Ou então não, e foi o designer que idealizou o simbolo da CDU, ao considerar essa infraetrutura como uma obra de referência da gestão da CDU nas autarquias portuguesas, resolveu imitar o seu favo de mel e atribui-lo como simbolo á Coligação.
Talvez tivesse, neste caso, nascido antes o ovo que a galinha.
Embora eu seja um simpatizante da obra da CDU em Castro Verde, quero aqui deixar a minha opinião de que tb não gosto do aspecto exterior do Cine-teatro e que estou ansioso por ver o novo deseho de arquitectura.
Espero que seja do agrado dos castrenses e que não haja no futuro qualquer grupo ou partido político a inspirar-se na sua arquitectura, pra não haver desconfianças futuras.
Manuel Joaquim
Caro Manuel Joaquim
ResponderEliminarPois parece que nem um nem outro tem razão.
Quando o cinema foi construído, o símbolo da CDU era dos hexágonos, que veio substituir, em 1987 as argolas, quando da extinção do MDP-CDE.
Quanto ao vagar, cada qual faz com o tempo disponível o que entende...