quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Autárquicas 2013: FIM





Agora que já se passaram alguns dias após a realização das autárquicas, já com os ânimos mais serenos, acho que já posso dizer o que me apraz acerca do assunto.

Local (Castro Verde)

Como já sabem (e se não sabem ficam a saber) o Partido Socialista, personalizado na candidatura António José Brito 2013, perdeu as eleições.
Kaput.
Não conseguiu atingir nenhum dos seus objectivos.
Ponto final.
A coligação CDU/PCP-PEV conseguiu manter as maiorias que detinha em todos os órgão autárquicos, incluindo as quatro freguesias do concelho, ganhando claramente as eleições.
A coligação PSD/CDS conseguiu uma pequena subida de votos e recuperar o mandato na Assembleia Municipal, recuperação essa à custa do Partido Socialista, que vê o seu grupo de eleitos reduzido a 5 elementos, contra 9 da CDU/PCP-PEV, aos quais se juntam os presidentes das quatro juntas de freguesia.
Outros aspectos a salientar, o aumento da abstenção, dos votos brancos e dos votos nulos, o que demonstram um claro afastamento da vida política dos cidadãos, por um lado, e um afastamento de um cada vez maior número de cidadãos do sistema partidário.
Estranho no meio disto tudo, foi andarmos 7 meses a ouvir o Partido Socialista que Castro Verde estava nas lonas, que a CDU já não estava com pujança para liderar o concelho, e que o projecto de António José Brito é que ia por Castro Verde em condições de enfrentar o futuro, e afinal, o povo de Castro Verde deu a sua aprovação à actividade municipal desenvolvida nos últimos quatro anos e confiou-lhe o mandato para mais quatro, acreditando no projecto proposto e na capacidade dos candidatos para o implementar.
Portanto, está tudo calmo, o candidato do PS voltou a por a mãozinha, a sua mãozinha direita, no bolso, e daqui por quatro anos há mais.

Regional (Distrito de Beja)

A nível regional, não há dúvida que a CDU/PCP-PEV foi a grande vencedora.
Recuperou a capital de distrito, Beja, ao Partido Socialista, sendo caso para se dizer que o 25 de Abril voltou a Beja passados 4 anos de Pulido Valente ao leme ter encalhado o concelho não se sabe muito bem onde nem em que condições.
De destacar em Beja o fraco resultado do movimento independente "Beja com Todos", do meu amigo Lopes Guerreiro, que mesmo assim conseguiu conquistar a freguesia de S. Matias e entrar na Assembleia Municipal.
Recuperou Cuba, após mais de uma década de poder do Partido Socialista.
Manteve todas a restantes Câmaras que detinha no distrito.
O Partido Socialista perdeu os dois municípios acima referidos e recuperou o concelho de Almodôvar, conquistado a um PSD profundamente dividido.
A nível distrital a CDU registou uma subida no número de municípios, de mandatos, de votos e percentagem.
Daqui a quatro anos veremos como será.

Nacional

A nível nacional houve claramente um grande derrotado, o PSD.
O PS obteve um grande resultado em termos de câmaras ganhas, mas registou uma enorme perda de eleitorado.
O CDS encapotou-se atrás da conquista de 5 municípios, o que já deu para pregar uma valente canelada no parceiro de coligação.
O Bloco de Esquerda desapareceu do mapa autárquico.
Mais uma vez o aumento da abstenção, dos votos brancos e dos votos nulos deveria levar os responsáveis a repensar a sua actividade, principalmente aqueles que ocupam lugares de poder, a qualquer nível. São as suas atitudes que geram este movimentos que trazem , na sua essência, um protesto que não deve ser considerado como dispiciendo.

Em conclusão

Mais importante que qualquer programa eleitoral feito a pensar mais no agrado do eleitor individual está a apresentação de propostas que visam o interesse colectivo das comunidades.

Mais importante que apresentar propostas cor de rosa, muitas delas não exequíveis, pelas mais diversa razões, será talvez a demonstração de que a equipa que as propõe demonstra o conhecimento da realidade dos municípios e, acima de tudo, que tem capacidade para implementar as propostas com que se apresentam.

Mais importante que as outras duas, é a consciência que os candidatos devem ter de que o povo odeia hipocrisias, das simpatias de campanhas quinzenais, e esse ódio se materializa nas urnas, através dos votos expressos e da abstenção.