Enquanto estive ausente de Castro Verde, o novo Presidente de Castro Verde deu uma entrevista ao Diário do Alentejo, na qual perspectiva o próximo ano de actividades do Município sob a sua presidência.
Não posso deixar de referir dois aspectos, que considero pertinentes, quer para se entender qual o meu posicionamento, quer para compreender o enquadramento daquilo que se pode esperar da acção de Francisco Duarte.
Primeiro - tenho muita consideração por Francisco Duarte, como pessoa e como técnico, apesar das diferenças de feitios.
Segundo - Francisco Duarte está condicionado na sua acção pelo tempo. Tem duas bitolas temporais para se reger: a do final do mandato e a do fim do prazo legal para suspensão do mandato de Fernando Caeiros. Este aspecto não é despiciendo dado que qualquer actividade de Duarte durante este ano de suspensão terá sempre em atenção a aprovação, ou, pelo menos, o não desagrado do seu antecessor, que durante esse período pode interromper a suspensão e regressar ao lugar para que foi eleito.
Quanto à entrevista.
Gostei. Foi uma entrevista franca e pela positiva.
Francisco Duarte pôs as cartas na mesa quando assume o peso de substituir Fernando Caeiros após 32 anos de exercício do cargo, não só pela obra, que é assinalável, mas pela pessoa, que marcou gerações de castrenses, recusando, no entanto, o ferrete de sucessor do Presidente eleito. Assume a presidência por direito próprio, devido ao lugar que ocupava na lista por que foi candidato, e não devido a quaisquer características pessoais ou de pensamento que o tornem o escolhido.
Essas pesaram noutra altura, e haviam mais candidatos.
Avisou os castrenses das diferenças de feitio que separam Duarte de Caeiros, o que não é novidade, o que se resume, na prática, numa diferença de estilos, de agir, dado que Duarte é uma pessoa directa, diz o que pensa no momento, a quente, enquanto Caeiros é frio na reacção, não diz, manda dizer, e calculista, pesa muito bem e guarda para depois o que diz.
Importante o assumir do programa eleitoral da CDU/PCP-PEV nas eleições de 2005, o que reforça a sua relação de interdependência com a coligação.
Entretanto vai dizendo que ainda não é tempo para falar das autárquicas. A meu ver é mais que tempo. Francisco Duarte e a força que o apoia é que não se encontra numa posição muito folgada, em termos de calendário, para se pronunciar: está há pouco tempo no cargo e tem pouco tempo até às eleições.
Tratou-se, portanto, de uma entrevista de apresentação, muito soft, apesar de afirmativa, pelo que não há nada de muito saliente a referir.
Esperemos que consiga levar até final a empreitada que tem em mãos, da melhor forma e com os melhores resultados para o concelho e para as suas gentes.